Rio De Janeiro Poem by Felipe Gastão

Rio De Janeiro

Rio, fogo morto
Contrário a infinitos admiradores
Tatuados pela Cidade Maravilhosa.
Decadência das velhas capitais
Em nome do necessário progresso da América.

Rio, cidade bela
Rio, cidade festa
Rio, cidade arte
Rio, cidade anfitriã
Rio, cidade etiqueta
Rio, cidade alcoviteira
Rio, vestígios da Corte.

Rio, fogo morto,
Anfitriã do Brasil, eterno país do amanhã,
Menino que se recusa a crescer,
Preguiçoso
À despeito da necessária velocidade da América.
Seu melhor salão está sob o céu,
Sobre as areias,
A surdo som.

Rio, sobrado velho
Antes palácio
Cujas ruas choram a saudade
Daquilo que foi e não é mais
Do quem-te-viu, quem-te-vê.
Cidade saudade que vai dos confins tristes de um subúrbio decadente
Antes habitado por nobres
Agora por pobre gente
Na América dinâmica,
América avessa à tradição.

Rio, balneário sofisticado e ameno
Rio, picos banhados de nuvens, que, impedidas de avançar, descansam.
Natureza pródiga a confortar a cidade
Que, dentre desconhecidos e louvados expedientes,
Contribui na milagrosa convivência entre o mármore e o pau-a-pique
O grande milagre brasileiro.


Rio, cidade curvilínea, sensual
Frio ante o intenso gozo,
Dormência e suor depois do amor
Prazer brasil.


Rio, cidade longínqua
Eldorado da felicidade
Cartão-postal tido como santuário
Lugar que se desconfia ser real
Lugar onde se desconfia da ausência de Deus
Dado seu caprichoso traço
Desenhado à fino pincel,
Em descontraído humor
Em escondida tela
O hemisfério do Calor
A vazia metade sul do mundo.


Rio,
Que seja lustrada,
encerada, reformada,
Envernizada
para a felicidade de muitos amantes
para renovar tudo o que é velho e sente saudade..

Cidade brincadeira,
Cidade gargalhada,
Cidade redentora,
Teu pranto faz o mundo chorar.



Felipe Gastão

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Goiânia - Brazil
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