Manuel Paulino

Alguém sabe onde se compram
Os vinte anos de idade?
Alguém sabe onde é loja
Que nos vende a felicidade?
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Há uns dias que não escrevo!
Não é bom nem mau sinal,
É somente um estado de alma
Que me diz 'ponto final! '
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A estrada que eu percorro
Foi aquela que escolhi
Mas sinto às vezes que morro
Por não ter o que perdi.
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Há alturas que julgamos
Que a fasquia é muito alta,
Que estamos presos ao chão,
Tal a vida que nos falta.
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Tens em casa um presépio
E uma árvore de Natal.
Explica-me lá outra vez:
Em que crês tu, afinal?
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Gostava que o novo ano,
Aquele que vai chegar,
Fosse um ano iluminado.
Não com a luz do luar
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Passa um, passam dois,
Muitos pombos a voar.
Tal como a gente na rua,
Apressada a caminhar.
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Nem sempre a gente consegue
Fazer os versos rimar.
Pode até nem ser preciso
Mas vale a pena tentar.
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Entraste p'la minha porta
Quando já não te esperava,
Quando sentia que o tempo
Cada vez mais me afastava
...

Nascemos e temos o colo da mãe
E temos a companhia do pai
E temos o amor dos dois.
Ou não...
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Nasci num tempo em que o tempo
Era mais lento a passar
Em que nada acontecia
Entre o sol e o luar
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