Luz Poem by Manuel Paulino

Luz

Há alturas que julgamos
Que a fasquia é muito alta,
Que estamos presos ao chão,
Tal a vida que nos falta.

Pode ser a nossa alma
Que num torpor esmorece;
Pode ser o nosso corpo
Que se abate e desfalece.

Mas há sempre um fio de esperança
Tão fino como um de seda,
Que nos prende e nos amarra
E que nos sustem a queda.

Se a esp'rança for partilhada
Por todos a quem amamos
E também se for rezada
Por todos a quem tocamos,

A dureza do caminho,
Pouco a pouco, lentamente,
Vai ficando menos dura
E vemos luz lá à frente.

Pode ainda estar distante
E um pouco desfocada,
Mas fica o corpo desperto
E a alma mais sossegada.

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