Contatos Noturnos Poem by Bernardo Almeida

Contatos Noturnos

Passei as últimas três noites
Vagando em ambientes estranhos
E conversando com pessoas impossíveis
As quais sei que jamais reencontrá-las-ei
Não durmo, não como, não bebo
Apenas respiro o trago fatal da madrugada
No sono, está a vulnerabilidade de qualquer mortal
A minha mente continua desperta, em alerta constante
Enquanto a cidade ronca em um coro mal sincronizado
Seja de descanso, preguiça, convenção ou hábito
Procuro por alguém, mas só encontro a mim mesmo
Então, troco de lugar com a minha sombra e sigo-a
Sirvo de companhia para o meu eu degenerado
Deslizamos com passos soturnos por sonhos inadequados
Às vezes, ganhamos asas depenadas e olhos de águia
A noite guia àqueles de percepção apurada
Os pensamentos mais extensos e complicados
Tornam-se ínfimos e óbvios, rapidamente decodificáveis
E, rodeado pelo manto gélido da escuridão,
Decido que, o silêncio da tumba que acolhe o dia,
Será a minha eterna e estimada morada

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