Não quero mais pensar.
Hoje, quero deitar em meu próprio colo,
fazer cafuné em minha cabeça
e acalantar minha alma.
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O veleiro que corta as águas,
Sai para poder pescar,
Levando consigo João Pescador,
Em direção ao alto-mar.
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Sobre o salto, eu olho do alto
E estranho o que vejo,
Pois, para a alma existir, deve haver desejo.
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O poema não lido é um poema extinto.
Como se nunca tivesse sido escrito,
Como se nada contivesse em si.
Nem parece ser um rabisco.
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Cada vez que canto,
Nem sei por que canto.
Nem mesmo sei se o canto me encanta.
Cada vez que ouço meu próprio canto, não me reconheço.
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Naquela infância,
Acreditava-se que tudo era felicidade.
A tristeza se resumia a eventos breves.
Mas nada dura para sempre, nem mesmo a infância.
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Aquela fala de felicidade, se confunde com outros sons distorcidos e invasivos na minha mente contaminada, com cheiro de fumaça e álcool, e do teor do entra e sai de personas perdidas na noite.
De repente, um conflito, um grito, um embate de EUS ensandecidos.
Entre garrafas, copos, latas, líquidos inebriantes, gélidos, doces e amargos, com ou sem duplo malte.
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De dentro de um poço, emergem todas as emoções.
Diversas, sensíveis, pesadas, rudes, às vezes severas, contudo autênticas.
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