Canção Para Ninar Crocodilo Poem by Bernardo Almeida

Canção Para Ninar Crocodilo

O meu pranto
Agulha
Foi teu manto
Ou guia

Lua fora da lei
E da linha - o fim

É fim da linha

O meu pranto
Desértico
É rua e rosna atravessado
Como uma puta
Astuta
Irmã da escuridão
Em morte pré-matura

Dura, mas sofre um bocado

O meu pranto
É vala
E estoura
A boca torta
Do silêncio mudo que cala
Covarde

Invade, invade e evade...

O meu pranto
É donativo seu

Avante, tortura!
Luva, caindo como
Uma pena
Sobre a minha surdez

Caridoso destempero
Em podre ternura

É donativo seu
Também a candura

Avante, tortura!
Pior tontura
É a loucura de amanhecer
Pendurado em seu
Guarda-sol

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