A Forca Poem by Cesário Verde

A Forca

Já que adorar-me dizes que não podes,
Imperatriz serena, alva e discreta,
Ai, como no teu colo há muita seta
E o teu peito é peito dum Herodes,


Eu antes que encaneçam os meus bigodes
Ao meu mister de amar-te hei-de pôr meta,
O coração mo diz- feroz profeta,
Que anões faz dos colossos lá de Rhodes.

E a vida depurada no cadinho
Das éroticas dores do alvoroço,
Acabará na forca, num azinho,

Mas o que há-de apertar o meu pescoço
Em lugar de ser corda de bom linho
Será do teu cabelo um menos grosso.

POET'S NOTES ABOUT THE POEM
2 Abril, 1873
COMMENTS OF THE POEM
READ THIS POEM IN OTHER LANGUAGES
Close
Error Success